Morte e vida Severina - João Cabral de Melo Neto

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"Morte e Vida Severina" é uma das obras mais emblemáticas da literatura brasileira, escrita por João Cabral de Melo Neto em 1955 e publicada em 1956. Trata-se de um auto de natal nordestino, em forma de poema dramático, que retrata com força e lirismo a dura realidade dos retirantes nordestinos.


Resumo da obra

A peça narra a jornada de Severino, um retirante pobre que deixa o sertão de Pernambuco e segue rumo ao litoral em busca de uma vida melhor. Durante o trajeto, ele encontra vários personagens que representam diferentes aspectos da pobreza, da desigualdade e da morte no Nordeste brasileiro. A constante presença da morte, desde o título, simboliza o ciclo de sofrimento ao qual os Severinos — nome comum e simbólico para representar todos os pobres da região — estão submetidos.

Ao chegar ao Recife, Severino está à beira do desespero e pensa em tirar a própria vida, pois percebe que mesmo na cidade a miséria continua. No entanto, ele presencia o nascimento de uma criança, o que simbolicamente o faz repensar sua decisão. A vida, ainda que sofrida, ressurge como possibilidade diante da desesperança.


Estrutura e linguagem

  • Escrita em verso e com forte ritmo, utilizando redondilhas (versos heptassílabos).

  • Tem forte influência da tradição oral e da poesia popular nordestina, especialmente da literatura de cordel.

  • Utiliza uma linguagem simples, mas carregada de imagens poéticas e simbólicas.

  • É uma obra teatral-poética, feita para ser lida e encenada.


Temas principais

  • Pobreza e desigualdade social

  • Migração rural-urbana

  • Morte como parte cotidiana da vida

  • Esperança e renascimento

  • Religião e simbolismo cristão (auto de natal)


Importância da obra

  • "Morte e Vida Severina" é considerada uma das maiores expressões da poesia social brasileira.

  • João Cabral de Melo Neto, conhecido por seu estilo seco, objetivo e sem sentimentalismos, cria aqui uma obra profundamente humana, sem apelar ao melodrama.

  • Foi adaptada para o teatro, a televisão, e a música (notavelmente com trilha de Chico Buarque na versão teatral de 1966).


Coleção Folha Grandes Escritores Brasileiros

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