"Infância" é uma obra autobiográfica escrita por Graciliano Ramos, publicada em 1945. Diferente de suas obras ficcionais mais conhecidas como Vidas Secas e São Bernardo, esse livro mergulha nas memórias da infância do autor no sertão nordestino, especialmente em Quebrangulo e Viçosa, cidades do interior de Alagoas.
Estrutura e Estilo
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A narrativa não segue uma linha cronológica rígida. Graciliano organiza as lembranças conforme sua significância emocional e temática, criando uma atmosfera íntima e reflexiva.
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O estilo é sóbrio, direto e enxuto, com frases curtas e vocabulário preciso, típico do autor.
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Há um tom crítico e introspectivo, marcado por uma visão de mundo dura, própria do realismo de Graciliano.
Temas principais
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Autoridade e disciplina: A figura do pai severo, a escola repressora e o ambiente rígido da época marcam profundamente o menino.
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Medo e solidão: Sentimentos recorrentes na infância do autor, ligados à rigidez familiar e à dureza da vida no sertão.
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Descoberta da linguagem e da escrita: A leitura e a escrita aparecem como meios de libertação e reflexão desde muito cedo.
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Pobreza e desigualdade social: Mesmo em memórias pessoais, Graciliano não deixa de criticar as estruturas sociais injustas que presencia desde criança.
Importância da obra
"Infância" é importante por mostrar as origens de Graciliano Ramos — sua formação emocional, intelectual e moral — e por evidenciar como sua vivência no sertão moldou sua visão crítica da sociedade brasileira. O livro também tem valor literário por sua narrativa sensível, honesta e bem construída, mostrando o talento do autor mesmo fora da ficção tradicional.
Retratando, pois, a severidade e a ética pedagógica a que eram submetidos meninos e meninas de menor idade, o autor de "Vidas Secas" e "Memórias do Cárcere" traça um panorama histórico dos costumes e hábitos desta época.
Capa: Sem rabiscos ou manchas.
Páginas: Sem rabiscos ou manchas.
Condição: Usado